Rogério Ferri, um caminhoneiro experiente de Osório, partiu há alguns dias com destino a Santiago, no Chile, para entregar uma carga de motores para uma empresa de Santa Catarina. Sua jornada, porém, foi interrompida por uma forte nevasca que o isolou em Uspallata, uma vila argentina localizada na estrada que atravessa a Cordilheira dos Andes.

Esse drama não é uma novidade para Ferri. Em sua última viagem, em maio, ele também ficou preso na estrada, mas por causa das intensas chuvas no Rio Grande do Sul. Agora, enfrenta novamente a incerteza e o frio rigoroso, esperando a melhora das condições climáticas para seguir viagem.

Mesmo acostumado a essas situações, cada experiência traz seus desafios. Ferri relembra momentos difíceis em outras viagens, como ficar em um pátio de terra sem banheiro. Desta vez, ele está num posto de gasolina, onde o banheiro é caro, custando cerca de 20 reais. A esperança é que, até domingo, ele consiga retomar sua jornada rumo ao Chile.

A viagem ao Chile é apenas uma das muitas que Ferri realiza. Ele percorre a linha do Mercosul há sete anos, com cerca de 10 viagens anuais a diferentes países sul-americanos. Apesar das dificuldades, o que mais o afeta é a saudade do filho de seis anos. “A saudade o cara vai acostumando, mas tenho um 'piazinho' de 6 anos e sinto a saudade dele, mas não dá para pensar muito, senão o coração amolece”, revela Ferri, deixando transparecer o lado humano e emocional por trás da vida na estrada.

A história de Rogério Ferri é um testemunho da resiliência e da determinação dos caminhoneiros, que enfrentam condições adversas e desafios constantes, movidos pela responsabilidade de seu trabalho e pelo amor à família. É uma jornada de sacrifício, esperança e a eterna espera de um reencontro com aqueles que amam.